Olá, Analistas! Bora conhecer os principais erros durante a execução do Sumário de urina para você evitá-los e liberar laudos com segurança?
❌ Primeiro, vamos entender o Sumário de Urina:
O sumário de urina, também conhecido como EAS (elementos anormais e sedimento), é um dos exames laboratoriais mais antigos e acessíveis — e, ainda assim, um dos mais ricos em informações clínicas!
Em apenas alguns mililitros de urina, conseguimos avaliar função renal, presença de infecções, distúrbios metabólicos e até pistas sobre doenças sistêmicas. Neste exame você analisa:
- Exame físico: cor, aspecto, odor, densidade e pH.
- Exame químico: glicose, proteínas, nitrito, urobilinogênio, cetonas, sangue, entre outros.
- Sedimentoscopia: hemácias, leucócitos, cilindros, cristais, células epiteliais, bactérias e fungos.
Mesmo simples, o EAS é uma ferramenta poderosa nas mãos de quem sabe interpretar e é por isso que você não pode cometer nenhum dos erros abaixo:
❌ 1. Coleta de amostra errada
No exame de urina, a qualidade da amostra é tão importante quanto a análise em si. Uma coleta inadequada pode comprometer a interpretação e levar a falsos positivos ou negativos, dificultando o diagnóstico e o acompanhamento do paciente.
✅ O ideal?
- Coleta da primeira urina da manhã, com o jato médio.
- Higienização prévia da região genital.
- Recipiente limpo, estéril e corretamente identificado.
- Envio ao laboratório em até 2 horas ou armazenamento refrigerado (se necessário).
💡 Por que tudo isso importa? Contaminações por células, bactérias e secreções externas podem simular infecções ou inflamações. Já o atraso no envio favorece a degradação de elementos do sedimento e alteração do pH.
Veja abaixo as recomendações corretas para a amostra de urina.
.png&w=1920&q=75)
❌ 2. Não padronizar a execução do Sumário de urina
No exame de urina, cada etapa precisa seguir um padrão técnico rigoroso. A padronização na execução do sumário de urina é fundamental para garantir reprodutibilidade, comparabilidade dos resultados e segurança na tomada de decisões clínicas.
📌Variações nos tempos de centrifugação, volumes analisados ou forma de homogenização do sedimento podem levar a resultados inconsistentes, prejudicando o diagnóstico.
Um bom laboratório não é aquele que faz rápido, mas sim o que faz corretamente — sempre do mesmo jeito, sempre com qualidade.
✅Para padronizar o exame de urina, recomenda-se a padronização do exame de urina usando a ABNT NBR 15.268:2005 – Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para exame de urina.
.png&w=1920&q=75)
❌ 3. Não focar a lâmina corretamente
No sumário de urina, saber focar corretamente no microscópio não é apenas uma questão técnica — é essencial para a precisão diagnóstica.
🔬 Cristais, hemácias, leucócitos, cilindros e células epiteliais têm dimensões e profundidades diferentes no campo microscópico. Um leve ajuste no parafuso de foco fino pode ser a diferença entre ver claramente ou deixar passar uma estrutura importante.
⚠️ Foco errado = falso negativo, identificação incorreta ou perda de elementos frágeis, como cilindros hialinos.
✅Sempre ajuste o condensador, a luz e o foco fino antes da leitura. Treinamento e prática constante ajudam a desenvolver um olhar clínico mais preciso e ágil.
No microscópio, quem sabe focar, sabe diagnosticar melhor.
Esse ponto é tão importante que já fiz um post aqui falando sobre Microscopia. Dá uma olhada por lá.
❌ 4. Descrever e interpretar errado a Sedimentoscopia
Durante o exame de sumário de urina, observar as estruturas no microscópio é só o começo, uma vez que registrar corretamente o que se vê é o que garante um laudo confiável.
🔬 Hemácias ou cristais? Leucócitos ou células epiteliais? Uma descrição equivocada pode levar a erros de interpretação clínica, impactando diretamente o diagnóstico e o tratamento do paciente.
✅ Boas práticas ao descrever:
- Use nomenclatura padronizada (como a da SBPC/ML);
- Especifique quantidade (rara, moderada, abundante ou em n/ campo);
- Descreva morfologia e características relevantes (ex: hemácias dismórficas, cristais de urato amorfo).
📌 Um bom analista não apenas vê — ele interpreta, descreve e comunica com precisão. Observe abaixo um quadro com as formas de descrever corretamente no laudo, segundo a ABNT 15.268.
Como descrever cada estrutura no laudo de SU
.png&w=1920&q=75)
Gostou desse post? Espero que tenha sido muito útil na sua rotina. E se quiser ver mais conteúdos de Urinálise, assista a playlist sobre o tema no meu canal: